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Conselho Metropolitano de Formiga

Assessor Espiritual do CM questiona: o que nos faz refletir a Quarta-feira de Cinzas?

A Quarta-feira de Cinzas abre um tempo especial na liturgia. Ela dá início a uma longa caminhada, um processo de morte e ressurreição que não vai culminar em derrota, mas em vitória da vida (Páscoa), alimentada pelo Cordeiro, à espera do Espírito Santo.

Qual é este tempo? Este tempo é o tempo da Quaresma, período no qual somos chamados a nos preparar para a Páscoa, mediante uma profunda revisão de vida e conversão. 

As cinzas nos indicam que o nosso corpo mortal veio do pó e para o pó voltará. Portanto, é um pedido para tomarmos consciência da nossa transitoriedade, da nossa pequenez e de quão efêmera (passagem) é a nossa vida neste mundo. 

Com essa consciência, não teremos atitudes tão mesquinhas, tão arrogantes, como se fôssemos eternos neste mundo ou superiores aos outros. As cinzas têm a função de abrir nosso coração para a prática da misericórdia, fazendo obras de caridade, e de nos tornar mais humildes. Sendo mais humildes, nos relacionaremos melhor com nossos irmãos e com Deus. É este um dos propósitos deste rito penitencial de abertura da Quaresma, e é por isso, que deixamos o ato penitencial para depois da homilia, para que possamos refletir melhor a nossa conversão. 

As cinzas que recebemos na cabeça, hoje, não são uma poção mágica, que cura, apaga nossos pecados ou que por si só nos purifica. Ela é apenas um símbolo, um sinal que indica algo muito mais importante: o caminho da conversão. Para o nosso processo de conversão que se inicia hoje, a liturgia da Palavra nos dá elementos muito importantes que devem ser vivenciados nestes quarenta dias. É também um tempo de fortes apelos vindos da realidade que nos cerca. A Campanha da Fraternidade, neste ano, nos traz como tema: Fraternidade e Diálogo: Compromisso de Amor. E lema: “Cristo é a nossa paz: do que era dividido fez a unidade” (Ef 2,14ª). Assim, todo ano, a Campanha da Fraternidade nos desperta nossa a consciência e abre-nos os olhos para a cruel realidade de um país que se professa cristão, mas é desmentido pelos fatos brutais das chacinas, da violência no campo e na cidade e por inúmeros fatores que nos interpelam e exigem conversão.

 

Padre Pedro Felisberto Ferreira

Assessor Espiritual do Conselho Metropolitano de Formiga

 

 

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