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Conselho Metropolitano de Formiga

Beatas vicentinas brasileiras são vítimas de feminicídio

DIA DA MULHER. As mulheres já conquistaram muitos espaços antes ocupados apenas pelos homens, inclusive, puderam frequentar as fileiras vicentinas, no entanto, proporcionalmente às conquistas femininas, cresceram também os casos de feminicídio.

Número de vítimas aumentou 5% no último ano, como mostra levantamento exclusivo do Monitor da Violência. Foram 1,4 mil mortes motivadas pelo gênero; isto significa que a cada 6 horas uma mulher é morta no Brasil. É o maior número registrado no país desde que a lei do feminicídio entrou em vigor, no ano de 2015.

Lindalva Justo (1953-1993) e Isabel Cristina Mrad Campos (1962-1982) são mais que números dentro das estatísticas do feminicídio no país. Assassinadas pelo fato de serem mulheres, as duas eram do Carisma Vicentino, se tornaram bem-aventuradas da Igreja Católica e, hoje, figuram como exemplos para uma sociedade que urgentemente precisa respeitar a dignidade feminina.

 

ISABEL CRISTINA

"O martírio de Isabel Cristina nos leva também a pedir a Deus a graça de que as mulheres sejam respeitadas em sua dignidade; que cessem a exploração e os crimes sexuais contra as mulheres; que cesse o feminicídio! Não tenhamos medo de romper as cadeias da violência e da opressão" – disse o Cardeal Dom Raymundo Damasceno Assis, na cerimônia de beatificação da mártir mineira Isabel Cristina Mrad Campo, em dezembro do ano passado.

Isabel Cristina não chegou a ser proclamada consócia, mas participou de encontros da SSVP e aprendeu com os pais vicentinos a virtude da caridade.Pela estreita relação com a SSVP, foi considerada uma jovem de ‘alma vicentina’, segundo declarou durante a cerimônia o postulador da causa beatificação, o italiano Paolo Vilotta.

O martírio de Isabel aconteceu quando foi brutalmente assassinada com 15 facadas, por um instalador que foi montar um guarda-roupa na casa dela..

O homem, de nome Maurílio, se encantou pela beleza da jovem, e quis estuprá-la. Isabel lutou muito para defender a virgindade, e acabou sendo morta a facadas, conseguindo preservar a castidade que tanto prezava.

Maurilio Almeida de Oliveira foi condenado a 19 anos de prisão, ficou preso por 13 anos, quando fugiu. Ele morreu em 2004 de causas naturais.

 

LINDALVA JUSTO

O que o carregador de caminhão Augusto da Silva Peixoto fez marcou de forma bruta a história da Família Vicentina brasileira. No dia 9 de abril de 1993, em Salvador (BA), Augusto matou a facadas a Irmã Lindalva Justo, uma Filha da Caridade (Companhia fundada por São Vicente de Paulo).

Lindalva foi morta por Augusto da Silva Peixoto com 44 facadas, em 1993. Ela resistiu ao assédio sexual do assassino, o que motivou o crime. Ele foi condenado e cumpriu dez anos de pena em um manicômio penitenciário, no Rio Grande do Norte.

Em entrevista à Istoé Gente, publicada em abril de 2007, ele disse que estava arrependido do crime e que vivia de favores em uma clínica para dependentes químicos, porque a família não o aceitava pelo crime cometido. Apesar do desprezo dos familiares, ao menos um perdão o assassino conseguiu. O da aposentada Maria Lúcia da Fé, mãe de Lindalva.

D. Maria disse que Augusto não agiu em sã consciência, por isso, merecia ser perdoado.

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