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Presidente-geral explica o porquê de a SSVP não existir no Catar, país sede da Copa do Mundo

Segundo o confrade Renato Lima de Oliveira, atividades missionárias estrangeiras são desencorajadas pelo governo local, que segue a lei islâmica

 

A Copa do Mundo está se aproximando. Nesta época, é muito comum que as pessoas passem a se interessar pela cultura e história dos países que participam do mundial. No contexto vicentino também surgem curiosidades. Uma delas é sobre a existência da Sociedade de São Vicente de Paulo (SSVP) no Catar, sede do Mundial.

Embora o Catar seja uma nação muçulmana, há a presença vicentina por lá? Esta pergunta foi direcionada pelo jornalismo do ComunicAÇÃO Vicentina ao confrade Renato Lima de Oliveira, 16º presidente-geral internacional da SSVP. Ele respondeu:

 “Em termos de Sociedade de São Vicente de Paulo, não existem Conferências no Catar. Qualquer atividade missionária estrangeira é desencorajada pelo governo local, o que dificulta muito qualquer ação vicentina neste país árabe”.

 Dos 210 países existentes no mundo, a SSVP se encontra em 153. A conquista de novos territórios tem sido possível por meio do programa SSVP Plus. Nos últimos anos, já são sete novos países que passaram a contar com a presença da ‘Sociedade’. No entanto, o presidente-geral informa que há muitos lugares onde a chegada da SSVP se torna muito difícil, a exemplo de países comunistas, ditaduras e nações totalitárias, que perseguem a Igreja Católica.

Catar, um país muçulmano 

O Catar é um país muçulmano. A religião predominante é o islamismo (70%), mas há também cristãos, hindus e budistas. Os poucos cristãos são, geralmente, estrangeiros que estão a trabalho ou estudando no país.

Somente em 2008, a Igreja Católica foi autorizada a construir seu primeiro templo no Catar. É a Paróquia Nossa Senhora do Rosário, que fica em Doha. A igreja não possui cruz, sinos nem imagens católicas, por exigência das leis locais.

Símbolos cristãos também não aparecem do lado de fora das casas. Manifestações religiosas podem ser interpretadas pelas autoridades islâmicas do Catar como "proselitismo", e as consequências para quem o pratica são de multa e até cadeia. “É muito difícil ser católico no Catar”, lamenta o presidente-geral internacional.

SSVP em regiões de conflito

Dentro da estrutura do Conselho Geral Internacional existe a Vice-presidência Territorial Internacional, que funciona como uma subseção administrativa vicentina, apoiando o presidente-geral em determinadas áreas. A vice-presidente da região onde está localizado o Catar, responsável pelo Oriente Médio e Norte da África, é a consócia Ella Bittar, que mora no Líbano.“Ela é uma consócia guerreira. Eu sempre a elogio, pois ela é a nossa representante numa área do planeta que vive em tensão e conflito”, destaca Lima.

Em consulta a Ella Bittar, o presidente-geral constatou que não há registros de quaisquer contatos ou tratativas de se levar a SSVP para o país sede da Copa do Mundo. As nações mais próximas do Catar onde há Conferências Vicentinas são: Iraque, Chipre, Egito, Israel, Palestina, Jordânia e Líbano. De todos esses territórios, a ‘Sociedade’ é mais forte no Líbano, com 50 Conferências e inúmeras obras sociais.

 

“O Catar também não é um país considerado democrático pelos organismos internacionais, pois não existem partidos políticos e as pessoas não podem se manifestar politicamente. A mulher também é subjugada, com poucos direitos sociais e civis. É um emirado árabe absolutista no qual as pessoas têm liberdades bastante restritas. Apesar da riqueza devida ao petróleo, a população vive num regime autoritário. Se um dia conseguirmos implantar a SSVP no Catar, seguramente posso afirmar que será mais um milagre de Ozanam” – confrade Renato Lima, 16º presidente-geral internacional da SSVP

 

 

 

 

 

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